A iluminação artificial, se bem empregada, pode ajudar no desenvolvimento das plantas. Projeto do arquiteto Pietro Terlizzi (Foto: Emerson Rodrigues / Divulgação)
As luzes artificiais podem tanto prejudicar as plantas como ajudá-las a se desenvolverem, dependendo da iluminação usada. As antigas lâmpadas incandescentes e halógenas costumavam esquentar muito quando acesas, por isso, ao serem colocadas próximas das vegetações, queimavam suas folhas devido ao superaquecimento da área ao redor.
Mas, hoje, com o uso crescente dos LEDs, que esquentam pouco, esse cenário mudou. "Quando falamos sobre luzes artificiais, a tecnologia LED é uma grande aliada, pois além de mais econômica e sustentável, não emite calor e não permite que pétalas e folhas sejam queimadas com os fachos de luz", explica Gabriela Yokota, especialista de Design e Tendência da loja de iluminação Yamamura.
As lâmpadas vieram para ajudar, inclusive, no cultivo e desenvolvimento das plantas dentro de casa. "O LED possui uma característica de aumentar a intensidade da fotossíntese. Ele pode ser instalado mais perto das plantas sem queimá-las, aumentando a possibilidade de concentrar a plantação em espaços menores", explica a paisagista Renata Guastelli.
Mesmo com essa facilidade, o uso de iluminação artificial para o crescimento de plantas em ambientes domésticos ainda é pouco difundido. "Existem luminárias específicas para estufas, utilizadas por produtores em razão das alterações climáticas e térmicas ou para acelerar a floração. Mas, no paisagismo, ainda não são muito empregadas, pois os profissionais e donos preferem adequar as espécies à luz natural existente", diz a paisagista Rejane Heiden.
De acordo com Renata, assim como nas estufas, com produções em larga escala, atualmente, já existem lâmpadas e painéis de LED mais compactos, próprios para o cultivo em áreas internas e com pouca luminosidade. "As lâmpadas LED grow light são as ideais, pois elas produzem uma claridade fotossintética específica que imita o sol", conta.
O uso de iluminação artificial para o crescimento de plantas em ambientes domésticos ainda é pouco difundido. Projeto do arquiteto Pietro Terlizzi (Foto: Emerson Rodrigues / Divulgação)
"Essa alternativa tem sido usada principalmente nas grandes cidades e em locais com climas severos. As vantagens são que, com elas, é possível ter controle da falta ou excesso de chuvas e da temperatura, além de conseguirmos controlar as tão temidas pragas", destaca ela.
Apesar de serem mais seguras, manter certa distância entre a planta e a luminária ainda é recomendado. "É conveniente deixá-las a, no mínimo, 40 cm da planta", explica Rejane. Deixar a luz muito longe também não é aconselhável. Evite passar de mais de um metro entre o verde e a fonte luminosa. "Na dúvida, coloque a mão logo acima da planta e abaixo da luz. Se sentir calor, a vegetação está perto demais da lâmpada e deve ser movida", recomenda Renata.
Quando a única iluminação que a planta recebe vem de uma fonte artificial, o indicado é mudá-las de posição ocasionalmente, para que todas as folhas recebam a luz na mesma intensidade. É preciso, ainda, dar um período de descanso para a vegetação, assim como acontece na natureza, com o dia e a noite. A quantidade de luminosidade diária depende de cada espécie, mas é indicado, no mínimo, 12 horas por dia de luz artificial e 12 horas de descanso.
Segundo Renata, a cor da luz no espectro cromático interfere na forma como a planta se desenvolverá, por isso, vale uma pesquisa prévia para que a plantação caseira seja um sucesso. "As [luzes] azuis estimulam a produção de clorofila e sustentam o desenvolvimento da raiz e a produção de nutrientes. Já as laranjas e vermelhas são mais eficientes para impulsionar o crescimento da vegetação e melhoram a absorção da clorofila, mas são críticas para a floração", explica.
De forma geral, para quem quer um cultivo em áreas internas, apostar nas lâmpadas de LED de cor branco quente (2700K a 3000K) é uma boa opção. Elas ajudam no crescimento das plantas sem queimá-las, além de trazer vida para o jardim.
"Gosto de trabalhar com uma iluminação cênica para enfatizar a beleza da vegetação e não deixar o local com uma luz muito forte. Opto, preferencialmente, por lâmpadas amarelas, pois, além de trazerem aconchego, não mudam a tonalidade da folhagem", indica Renata.
A quantidade de luz diária depende de cada espécie, mas é indicado, no mínimo, 12 h por dia de iluminação artificial. Projeto do arquiteto Pietro Terlizzi (Foto: Emerson Rodrigues / Divulgação)