A telefonia celular tem avançado em suas tecnologias e cada uma delas utiliza diferentes frequências do espectro eletromagnético para a transmissão de dados. Pois a tecnologia 5G utiliza frequências mais altas do que as tecnologias que a precederam, e isso permite que a velocidade da internet seja maior, assim como o número de usuários. Porém tem se falado que esta tecnologia traz malefícios para a saúde, como o risco de câncer.
Para uma análise adequada dessa questão precisamos entender o que é radiação eletromagnética e seus riscos para nossa saúde. Relembrando então, a Terra está permeada por radiações eletromagnéticas provenientes do Sol e de outras regiões do espaço. Até mesmo lâmpadas, telas de computador e celular são fontes de ondas eletromagnéticas.
A maioria destas ondas são invisíveis ao olho humano. Já o espectro eletromagnético contempla todas os comprimentos de ondas, desde as mais longas como as ondas de rádio (menos energéticas) até as mais curtas como os raios gama (mais energéticos). Resumindo, quanto maior a frequência (menor comprimento) da onda mais energética é a radiação.
A luz visível (onda que pode ser observada pelo olho humano) está aproximadamente no meio do espectro eletromagnético, e é ela que divide as radiações entre ionizantes e não ionizantes. As radiações ionizantes são aquelas cujo comprimento de onda são muito pequenas, a ponto de interagir com tecido, moléculas e átomos. Estas são capazes de afetar a estrutura molecular, arrancar elétrons dos átomos e, consequentemente, causar doenças como o câncer. Estas radiações são o ultravioleta, os raios x e os raios gama, todas acima da frequência da luz visível.
Sendo assim, ondas cujo comprimento são maiores que a luz visível como as ondas de rádio, por exemplo, não têm esta energia. É nessa faixa que se encontra o 5G e, apesar de ter frequência maior que as tecnologias anteriores, ainda está longe de ter a energia da luz visível. E mais, alguns equipamentos que utilizamos hoje em dia, como roteadores Wi-Fi, já fazem uso de frequências da tecnologia 5G.
Também parte do espectro 5G está dentro da faixa de micro-ondas que gera calor nos objetos pelos quais passa. Elas têm a capacidade de penetrar no corpo humano, sendo o principal efeito disso um aumento da temperatura no tecido exposto. No entanto, nos níveis utilizados pelo 5G, os efeitos do aquecimento não são prejudiciais, segundo Rodney Croft, consultor da Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP).
Em 2020 a ICNIRP também definiu restrições para garantir que os níveis de energia transmitidos permaneçam num nível baixo o suficiente, a fim de não causar danos ao ser humano. Consequentemente, há então uma “regulação” para as exposições 5G que não causarão nenhum dano, desde que sigam as diretrizes da ICNIRP. Há que se considerar que, como a frequência é menor, serão necessárias mais antenas transmissoras. Por outro lado, como existirão mais antenas, elas podem operar com níveis de energia mais baixos do que a tecnologia 4G, o que significa que o nível de exposição à radiação das antenas de 5G será menor.
Revisando documentações científicas relevantes não encontramos evidências de carcinogenicidade associada a uma exposição de radiação eletromagnética de ondas não ionizantes. Claro que é importante a contínua pesquisa médica e clínica sobre o assunto, pois só assim será possível avaliar possíveis riscos das radiações eletromagnéticas não ionizantes. E não só do 5G, mas também dos smartphones e gadgets em geral, laptops e roteadores Wi-Fi. Por ora, estamos seguros para usufruir das novas possibilidades do 5G em uma radiação segura.
Alvaro Crovador é mestre em Educação, físico e coordenador de Pós-Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter.
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