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O que fazer com o celular, o carregador de bateria ou outro eletroeletrônico que estragou e não tem mais conserto? E aqueles brinquedos eletrônicos que seu filho ganhou de aniversário e agora são sucatas espalhadas pelo chão? Essas são dúvidas que muitas pessoas têm e, por falta de tempo e informação, acabam esquecendo os objetos em um canto ou descartando no lixo comum.

Números do Monitor Global de Lixo Eletrônico 2020, da Organização das Nações Unidas (ONU), dá conta de que no mundo mais de 53 milhões de toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas são descartadas de forma incorreta. Ao mesmo tempo, o Brasil é o quinto país do planeta e o primeiro da América Latina que mais produz esse resíduo. Segundo o relatório da Universidade das Nações Unidas, em nosso território foram descartadas, em 2019, mais de 2 milhões de toneladas, sendo que menos de 3% desse volume foi reciclado.

Esclarecer o que é resíduo eletroeletrônico e como descartá-lo também se faz necessário se levarmos em conta o resultado de outro estudo, esse encomendado pela Green Eletron e realizado pela Radar Pesquisas em 2021. De acordo com a pesquisa, que entrevistou 2 mil pessoas, 33% delas nunca ouviram falar em pontos corretos de descarte. Outros 33% dos entrevistados acreditam que esse tipo de resíduo esteja relacionado ao meio digital, como spam, e-mails, fotos e arquivos. Alice Senger, diretora da empresa Reverse – Gestão de Resíduos, localizada em Novo Hamburgo, lembra que o resíduo eletroeletrônico é todo e qualquer equipamento que é ligado à tomada ou que funcione a partir de pilha ou bateria. “Vai desde o celular até a geladeira, condicionador de ar, computador, brinquedos etc.”, lista a especialista.

Ela, que administra a Reverse ao lado de seu irmão André Senger e do sócio Érico Scherer, reforça que o descarte correto também contribui para reduzir o impacto ao meio ambiente, precisando ser reciclado de forma cuidadosa por empresas capacitadas para tal. Senão, o perigo à natureza e aos seres humanos é alto. “Os eletroeletrônicos são fabricados com diversos tipos de materiais, como plásticos, ferro e placas eletrônicas, incluindo metais pesados em sua composição. Caso esses não sejam adequadamente tratados, surge o risco de contaminações afetando diretamente a saúde das pessoas”. Por isso, ela alerta, não é aconselhável jogar esses itens no lixo normal, mas, sim, levar até algum local que faça o tratamento adequado.

Em 2021, a Reverse coletou mais de 200 toneladas de eletroeletrônicos e 40 toneladas de pilhas. Segundo Érico Scherer, que é o diretor comercial, essa quantidade cresce a cada ano, reflexo da conscientização ambiental presente nas empresas e residências. “Mas ainda há um caminho longo a ser percorrido”, completa.

Fundada em 2008, a Reverse é administrada pelos irmãos André e Alice Senger, além do sócio Érico Scherer (os três primeiros na foto) Foto: Heleno Viero/Especial

A Reverse é ponto oficial de descarte de itens eletroeletrônicos na região. A empresa, fundada em 2008 e certificada pela ISO 14.001 já em 2010, foi homologada pela Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE) e pela Green Eletron – ambas organizações gestoras da logística reversa. “Passamos por um processo longo de avaliação, nos tornando a primeira empresa do Rio Grande do Sul a ser aprovada por essas organizações para receber e tratar adequadamente os rejeitos eletrônicos oriundos de pessoas físicas”, comenta o diretor André Senger.

Todo o material recebido, afirma André, é desmontado e seus componentes são enviados à reciclagem. Nenhum item entregue na Reverse é comercializado. O foco é 100% em reciclagem, ou seja, é devolvido à cadeia produtiva, e o processo é custeado pelos fabricantes, não tendo custo algum a quem descarta. Como são diversos tipos de materiais, esses retornam a cadeias produtivas diferentes. Exemplos: ferro retirado de CPUs volta à indústria siderúrgica. Já o plástico volta a ser utilizado como polímero na indústria.

A empresa conta com processos homologados, além de frota própria licenciada para o transporte de resíduos perigosos Foto: Fernanda Klauck/Especial A empresa possui um pavilhão com área de 1.200 metros quadrados, totalmente coberto, cercado e monitorado. Também conta com frota própria licenciada para o transporte de resíduos perigosos.

Pessoas físicas Os resíduos eletroeletrônicos podem ser entregues, sem custo algum, diretamente na unidade da Reverse, na Rodovia ERS-239, 3.060, bairro São José, em Novo Hamburgo. O atendimento é em horário comercial de segunda a sexta-feira. Outra opção é procurar algum Ponto de Entrega Voluntária (PEV) mais próximo de sua casa. A lista com pontos de descarte é encontrada nos sites das organizações gestoras da logística reversa ABREE (site abree.org.br) e Green Eletron (site greeneletron.org.br).

Prefeituras Administrações municipais podem entrar em contato com a Reverse para alinhar programas e campanhas de descarte junto à comunidade.

Empresas Para atendimento a empresas, de todos os segmentos, a Reverse possui um serviço especializado com frota e rastreabilidade documental. Para esse público específico, também há uma lista de outros tipos de resíduos, como industriais, documentos e produtos não conformes, que podem fazer parte do processo de descarte de forma segura.

- Equipamentos de TI: computador, teclado, mouse, monitor, impressora, notebook, cabos de rede .

- Celular, tablet, telefone fixo, fones de ouvido.

- Televisão, aparelho de DVD, videocassete, minisystem, caixas de som, câmera fotográfica e vídeo game.

- Geladeira, fogão, micro-ondas, liquidificador, lavadora de roupas, condicionador de ar, freezer e outros eletrodomésticos.

- Furadeira, lava-jato e cortador de grama.

- Fios e cabos elétricos, tomadas, lâmpadas de Led e disjuntores.

Neste domingo, 5 de junho, é celebrado o Dia do Meio Ambiente e algumas cidades estão promovendo atividades de conscientização, como é o caso de Novo Hamburgo. Até o dia 11, a Reverse está participando de uma ação, em parceria com a prefeitura municipal, para coleta de resíduos eletroeletrônicos. Serão dois coletores: um junto ao prédio da administração do Parcão e outro na sede da prefeitura. “Queremos facilitar o descarte desses materiais para as pessoas, por isso participamos de campanhas de coleta de eletroeletrônicos com prefeituras, escolas, condomínios etc.”, destaca Alice.

No Brasil, a Lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que define como setores públicos e privados devem realizar gerenciamento de resíduos sólidos, observando aspectos como não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e destinação ambientalmente adequada.

A Reverse - Gestão de Resíduos está localizada na Rodovia ERS- 239, número 3.060, bairro São José, em Novo Hamburgo.