Cuidar de um filho pequeno não é fácil. Imagine de 5! A auxiliar de produção Brenda de Lima Almeida, de 23 anos, está vivendo esta experiência. No dia 24 de janeiro, ela deu à luz trigêmeos: Theo, Leo e Gael e, na última segunda-feira (14), ela finalmente pode ir com seus bebês para casa, em Iporã (PR), onde mora com os filhos Pietro, de 3 anos, e Isabelle, de 1 ano, e o marido, Davi Henrique Cardoso de Oliveira.
Sobre o parto, a mãe só traz boas lembranças. "Foi inesquecível, tudo muito tranquilo, a equipe médica maravilhosa, sempre orientando com muito carinho do começo ao fim. Realmente, foi um momento muito feliz que quero guardar no coração", recorda Brenda, em entrevista exclusiva à CRESCER. A mãe de múltiplos deu à luz com 34 semanas e seis dias por meio de uma cesárea. Felizmente, todos os bebês prematuros nasceram bem. Dois dos recém-nascidos, Theo e Léo, precisaram ficar na UTI para ganhar peso, porém ambos já tiveram alta.
Brenda revela que, neste começo, a rotina com os trigêmeos está bem cansativa. "Eles são sincronizados até no choro, vai ser difícil dividir atenção entre todos os filhos, mas isso vamos aprendendo a organizar", afirma. Quanto à
Brenda deu à luz trigêmeos (Foto: Arquivo Pessoal)
amamentação, a auxiliar de produção explica que está correndo tudo bem. "Todos eles aceitaram o aleitamento materno, por conta da sincronização deles. Chega a ter vezes que dou o peito a dois bebês de uma vez [risos]".
Mãe dá à luz trigêmeos (Foto: Arquivo Pessoal )
A terceira gravidez de Brenda foi cheia de surpresas e a pegou desprevenida. Primeiro porque ela já estava se preparando para colocar o DIU quando soube que estava grávida. Além disso, ao fazer o primeiro ultrassom, quando estava com oito semanas de gestação, foi informada de que teria apenas um bebê, no entanto, no segundo exame, os médicos identificaram mais dois fetos. Naquele momento, a auxiliar de produção ficou em choque — afinal, se ter mais um filho não estava nos planos, imagina três de uma vez!
Para completar, no segundo ultrassom, a mãe ainda soube que dois bebês estavam com 12 semanas e outro com 11 semanas — num caso raro conhecido como superfetação. Isso acontece quando uma mãe grávida continua a ovular e tem relações sexuais desprotegidas nesse intervalo [veja a explicação completa no fim da matéria].
"Eu até brinquei com a médica dizendo que aquele não era o meu ultrassom", recorda Brenda. Apenas quando escutou o coração dos três bebês foi que ela sentiu a ficha cair! "Mas eu saí de lá espantada, nem sei como cheguei em casa", acrescenta. Ela conta que em sua família apenas sua avó teve gêmeos e ela sofreu um aborto espontâneo. "Só descobri isso na minha terceira gestação".
Antes dos gêmeos, Brenda já tinha duas crianças (Foto: Arquivo pessoal )
O médico Wagner Hernandez (SP), que é obstetra especialista em gestação gemelar e de alto risco, comenta que o caso Brenda seria uma gestação trigemelar, sendo um bebê com uma bolsa e uma placenta; e outros dois bebês que compartilham não só a mesma placenta como a mesma bolsa aminiótica. O especialista diz que é difícil saber o porquê dos dois bebês com maior tempo de gestação não terem sido identificados no primeiro ultrassom. Como são duas placentas, teoricamente, já daria para ver os dois sacos gestacionais, então, pode ter sido um erro de visualização.
Mãe engravida já estando grávida (Foto: Arquivo Pessoal )
Quanto à superfetação, apesar de rara, é realmente possível de acontecer. Ou seja, uma mulher pode, sim, experienciar uma gravidez em dose dupla a partir de duas concepções diferentes, separadas por até algumas semanas. A superfetação acontece quando uma mulher já grávida continua a ovular e tem relações sexuais desprotegidas nesse intervalo. A segunda gravidez pode acontecer entre 1 e 4 semanas depois da primeira, mas, de qualquer forma, os bebês devem nascer ao mesmo tempo, assim como gêmeos.
Luciano Curuci, médico ginecologista e presidente do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP), ressalta a importância de casos de superfetação, como o de Brenda, terem um pré-natal com bastante cuidado. "Deve estar sempre em acompanhamento obstétrico com pré-natalista experiente em gestações de alto risco e seguimento ultrassonográfico de controle de placenta, líquido amniótico e crescimento fetal", recomenda o especialista.
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