Assim somos nós.Por Emílio Barco

2022-05-13 17:49:27 By : Ms. Candice zhou

“Em Tineo, como em todas as Astúrias, a modernidade confunde-se com o esquecimento, a identidade com a mania ou a afetação.Se pudessem – e já estão conseguindo – destruiriam todos os vestígios do passado.Incomoda-os saber de onde vêm, incomoda-os saber que não sabem para onde vão.Vivem entre dois mundos incultos: assim somos nós", conta Xuan Bello ao primo Marcelo, que chegou da Argentina, quando caminham por Tineo e lhe mostram um bairro de casas dos séculos XVIII e XIX que vão demolir para fazer um estacionamento.Você já plantou?Fiz esta pergunta várias vezes durante o mês de abril e também foi feita a mim.Nestes dias em que quase não sobrou nada do jardim de inverno e ainda não comecei a plantar o jardim de verão, também me perguntam frequentemente: O que você tem no jardim agora?Nada, eu respondo.E neste momento olho, de longe, para o pomar e lá estão eles: pessegueiros, macieiras, pereiras,... em flor ou com frutos frescos;junto ao muro de pedra e adobe, que desmorona pela idade, estão a romãzeira, o loureiro, as vinhas de moscatel, com os seus botões inchados ou já desalojados, as roseiras cheias de botões, as camélias em flor;junto ao rio por onde corre a água, há limão verbena, orégãos, hortelã, milefólio, equinácea, alecrim, tomilho, alfazema, paus de alcaçuz, crisântemos, que mal se projetam do solo, peônias prestes a abrir e abrir enseadas;Há também agora no pomar morangos com flores brancas, alguns já em fruto, uma amora, um mirtilo e uma framboesa a crescer fortemente, espargos com as cabeças ao sol, a porrina já seca dos narcisos que cortei no final do inverno e também sei que eles estão lá, embora não possam ser vistos agora, os bulbos de gladíolos e algumas raízes das quais as dálias florescerão, eu sei porque os enterrei há alguns dias.Vejo tudo isso no jardim agora quando “ainda não há nada”.Choveu em abril.Cerca de sessenta litros em quatro tiros de água.O suficiente para a terra carregar e atrasar o plantio.Eu queria plantar na última semana de abril, mas esperei.Outros não tiveram paciência e plantaram na semana passada.Trabalhar a terra quando ela está carregada (com umidade) deixa-a com “tolmos”, granuda, já para todo o verão.Na madrugada de sábado, 7 de maio, passei o leme motorizado sobre o pedaço onde ia plantar.Cerca de cem metros quadrados, mais ou menos.Não houve trabalho ruim.Preparada a terra, fiz os canteiros e cavei: em um, quatro arbustos de abobrinha, quinze de pepino, dois de berinjela, um arbusto de sálvia, um de salsa e outro de coentro;no vizinho enterrei quarenta bulbos de gladíolos e plantei seis covas com zínias, quatro com flores secas e outra meia dúzia com uma mistura de sementes de flores;nos dois renques seguintes plantei dezasseis plantas de tomate (rugado, híbrido, tomate, coração de vaca, Madrid e cereja) doze plantas de pimento (italiano e vidro), três plantas de malagueta basca e outras tantas plantas de pimenta padrón.Entre as pimentas, uns arbustos de manjericão, porque dizem que espantam os ratos e no final do renque plantei alguns girassóis;no canteiro seguinte plantei as cebolas de verão, três dúzias de alfaces (orelha de burro, crespa e folha de carvalho), meia dúzia de acelgas e plantei alguns rabanetes;Acabei com um par de renques com uma dúzia e meia de buracos nos quais plantei feijão verde encañar e o mesmo número de feijão.Reguei tudo o que plantei, não semeei, e sentei para descansar porque o sol estava quente e já estava esmagado.Eu coloco a semente em composto úmido e cubro com composto também;se não estiver muito seco é o suficiente para germinar.Se em quinze dias não aparecer, rego de baixo para que a umidade suba, nunca de cima porque a semente pode estragar.Também comecei a germinar algumas sementes de tomate mexicano e jalapeño que meu amigo Luisvi me deu.Se você me perguntar o que tenho no jardim agora, já tenho uma resposta.Se me diverti contando detalhadamente tudo o que há no jardim, não é por desejo de grandeza, mas para mostrar a diversidade que existe em um espaço tão pequeno.No jardim aprendi que o pequeno é bonito (como diz Schumacher) e que a diversidade é maravilhosa.Em algumas semanas haverá ainda mais, porque terminarei de colocar o que está faltando.Que falta?Cebola para guardar, alface (coloco duas dúzias de quinze em quinze dias, agora crespa e maravilhosa porque a orelha de burro sobe com o calor), um gladíolo flácido, meia centena de arbustos de pimenta do cume da Mendavia para o maçante, alguns arbustos de pimenta de chifre de cabra para secar, mais pimenta padrón e malagueta basca para colocar azeite e vinagre e algumas flores no meio.Um pouco afastados, fazendo uma mesa, porque querem muito espaço, coloco as melancias e os melões e, no final de tudo, as abóboras que assim se espalham livremente pelo pousio.Se tudo correr bem em quinze ou vinte dias o que plantei no sábado passado já estará enraizado depois de três regas quase seguidas, vou jogar a terra dos canteiros, vou deixar tudo plano, vou jogar húmus de minhoca e vou trabalhar isto.Sem regar, para que as raízes se aprofundem em busca de solo fresco.Vou esperar que apareçam as flores das abobrinhas, dos pepinos, das beringelas… que se ponham e quando os frutos estiverem pequenos mandarei amarrar as plantas e preparar os canteiros para poder regá-los.Eu rego com manta, como você já deve ter adivinhado, e caso você esteja preocupado com o meu desperdício de água, eu lhe digo que não estou preocupado com nada.Em outro momento posso justificá-lo, se necessário.Depois de algumas regas, cobrirei tudo com papel que guardo durante o ano e colocarei palha nele.Estará lá para San Fermín.E esperar: um mês e meio para comer as primeiras alfaces e cebolas, quarenta dias para abobrinhas, oitenta para os tomates...Para Santiago colocarei o inverno e em agosto colocarei algumas "checuas" de alcachofra.Eu te conto outro dia.Faço a horta porque me divirto e para não esquecer o que vivi quando criança.É, para mim, uma forma de preservar minha identidade e não entendo modernidade sem memória, pois meu conceito de tempo é circular, não linear.Semeie hoje, como semeei ontem, para comer amanhã.A mí no me incomoda saber de dónde vengo y sí sé a dónde voy, a plantar, a regar, a sembrar, a coger, a comer, a regalar, a charlar, a preguntar, a aprender, a disfrutar, a vivir… a a horta.Meu passado e meu presente, esses dois mundos entre os quais vivo, procuro cultivá-los bem como meus ancestrais me ensinaram.Nós também, os velhos jardineiros.Emilio Barco Royo Em Alcanadre, esperando San Isidro passar antes de plantar novamente.Excelente aula prática de horticultura, Emilio, com lirismo comovente.Parabéns.Um abraço.Obrigado Eduardo, voltei ao ritmo da «história positiva» e a letra serve bem para não se inclinar para a crítica que gera tanto mal-estar.Nesta linha, no domingo e para celebrar o quarto centenário da canonização de San Isidro, publicam no jornal La Rioja, o texto que intitulei «Viva San Isidro!(E poesia).Saúde EmilySalve meu nome, 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