Pouco antes de entrar na sala de parto para dar à luz à sua segunda filha, a mineira Gabriele Vilela, 23, de Santa Rita do Sapucaí (MG), fez uma oração e um pedido. "Pensei na minha avó e pedi a ela: 'Onde quer que a senhora esteja, não me deixa sozinha, segura minha mão'. Eu sempre acreditei que ela estaria lá comigo", disse.
O que Gabriela não esperava era a surpresa que teria apenas algumas horas depois de finalmente ter a filha nos braços. No quarto do hospital, quando ia amamentar a pequena Mirella pela primeira vez, tirou a touca que a bebê vestia e viu uma mancha em formato de cruz na testa da menina.
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"Na hora, comecei a tremer e fiquei muito emocionada. Não era possível. Sempre que eu ia na casa da minha avó materna, ela nos dava a benção e fazia um sinal da cruz na nossa testa, bem onde apareceu a mancha. Para mim, é um sinal de que ela estava comigo mesmo, foi muito forte", contou em entrevista exclusiva à CRESCER.
A pequena Mirela nasceu com uma mancha em formato de cruz na testa (Foto: Arquivo Pessoal)
A avó de Gabriele, Dona Lena, era benzedeira e morreu em março de 2021, depois de sofrer uma queda. Não deu tempo de ficar sabendo que a neta, que já é mãe do pequeno João Lucas, 6, teria mais um bebê. Mirella nasceu quase um ano depois da notícia, em fevereiro deste ano. "Sempre tive uma ligação muito forte com a minha avó. Depois que ela faleceu, eu chorava muito. Até que, uns três meses depois, descobri que estava grávida. Ela se foi, mas me mandou um presente no lugar", lembrou.
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Na última terça-feira (13), Gabriele decidiu compartilhar sua história nas redes sociais. Fez um vídeo contando o episódio e publicou em sua conta no TikTok. Em menos de 48 horas, a publicação já soma mais de 920 mil visualizações e 146 mil curtidas. Segundo ela, a ideia, a princípio era apenas fazer uma homenagem para a avó e deixar tudo registrado.
Gabriele e a filha Mirela, ainda no hospital (Foto: Arquivo Pessoal)
"Eu nem imaginava essa repercussão toda, tinha só uns 100 seguidores no TikTok. Mas aí as notificações foram chegando, chegando, chegando e entendi que tinha viralizado. Teve gente dizendo que chorou, que ficou arrepiado, que quis ver a minha filha", contou.
Gabriele afirmou que a manchinha na testa da filha foi aos poucos clareando e desapareceu depois de três semanas. Por causa disso, algumas pessoas chegaram a questioná-la se a marca de nascença era mesmo verdadeira. "Teve gente que achou que eu peguei um crucifixo e marquei minha filha. Mas acredito muito que foi Deus, mandando ela com uma mancha bem na testa e com sinal da cruz. Para muita gente é só uma mancha que sumiu, mas para mim nunca foi só isso", finalizou.
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Manchinhas como a da pequena Mirella, que desaparecem com o passar do tempo, são chamadas de hemangiomas. Elas são resultado de uma malformação vascular, causada por alterações nos vasos sanguíneos ainda na gravidez, durante o desenvolvimento fetal.
A mancha na testa da pequena Mirela desapareceu depois de três semanas (Foto: Arquivo Pessoal)
Sempre vermelhos ou arrocheados, os hemangiomas costumam aparecer no rosto, no tronco, no couro cabeludo ou no pescoço. Eles estão presentes desde o nascimento, podendo aumentar de tamanho ou não. A boa notícia é que a maioria dos hemangiomas some espontaneamente ao longo da infância ou, no máximo, até o início da adolescência.
“A aparência assusta, mas não há motivo para se preocupar a princípio. O mais importante é que o pediatra avalie o tipo do hemangioma e, se necessário, encaminhe o paciente a um especialista (dermatologista, cirurgião vascular ou plástico) para fazer o acompanhamento”, assegura a dermatologista pediátrica Nádia Almeida (PR).
Na maioria dos casos, trata-se apenas de uma questão estética, mas vale fazer uma investigação para tira-teima. “A recomendação é conter a ansiedade e aguardar pelo menos até os 18 meses de idade. Se a mancha não desaparecer, há opções de tratamentos para removê-la, que são indicados somente caso ela se torne motivo de constrangimento para a criança futuramente”, diz o dermatologista Valcinir Bedin (SP).
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