Boas práticas de manejo favorecem atividade microbiana do solo – O Presente Rural

2022-08-26 17:32:22 By : Ms. Candy Shi

Estudo conduzido na região Centro-Sul do Paraná compara amostras entre áreas mantidas com diferentes técnicas.

A adoção de boas práticas de manejo, como a utilização de cultivo em nível e plantas de cobertura outonais, favorece a atividade microbiana, melhorando as condições do solo. É o que apontam os resultados preliminares do subprojeto “Indicadores microbiológicos do solo sob plantio direto, associado a outras práticas conservacionistas na região Centro-Sul do Paraná”. Conduzido no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, o estudo faz parte da Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Rede AgroParaná) – uma parceria entre o Senar-PR, Fundação Araucária e Secretária de Estado de da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

Desde abril de 2019, o estudo vem comparando indicadores microbiológicos de três áreas – chamadas megaparcelas –, conduzidas de formas diferentes: a primeira cultivada com técnica do Sistema de Plantio Direto (SPD) padrão; a segunda, administrada com boas práticas de manejo e cultivo de nível, com plantas de cobertura outonais (como nabo forrageiro, aveia e ervilhaca); e a terceira, com terraceamento em nível e manejo semelhante à da primeira megaparcela. A partir da coleta de amostras do solo – na camada de 0 a 10 centímetros –, os pesquisadores monitoraram parâmetros microbiológicos, como respiração basal, carbono e nitrogênio da biomassa bacteriana, esporos de fungos micorrízicos arbusculares e atividades enzimáticas do solo.

“Foram feitas coletas de amostras de solo duas vezes ano em cada megaparcela, sempre na parte mais superficial do solo, onde há mais atividade de microrganismos. Essas amostras foram avaliadas em laboratório, observando diversos parâmetros, de acordo com metodologias padronizadas, utilizadas por toda Rede AgroParaná”, explica a coordenadora do subprojeto e professora da Unicentro, Adriana Knobb.

De acordo com os dados preliminares, a segunda megaparcela – administrada com boas práticas de manejo – tem registrado melhores resultados no que diz respeito a atividade microbiana e apresentado parâmetros que indicam aumento dos ganhos líquidos no conteúdo de carbono orgânico no solo. Trocando em miúdos, as boas práticas contribuem para um solo de melhor qualidade, o que favorece a produtividade. “Esse solo tem maior aporte de carbono e maior incorporação de resíduos vegetais. Essa incorporação favorece a atividade de microrganismos e melhora as condições do solo”, resume a coordenadora do estudo.

As parciais obtidas pelo estudo também apontam que a terceira megaparcela (mantida com terraceamento) vem obtendo melhor desempenho em relação à área cultivada com plantio direto padrão. “Foram verificadas diferenças significativas em relação aos atributos respirometria, quociente metabólico, número de esporos micorrízicos e fosfatase ácida. Os resultados apontam que a adoção de terraços tem promovido uma melhoria na qualidade do solo”, observa Adriana.

A coordenadora do subprojeto também destaca que a atividade microbiana é mais eficaz em captar com antecedência alterações provocadas no solo por técnicas de manejo ou por uso. Isso porque os microrganismos refletem mais rapidamente as mudanças ocorridas, em comparação a indicadores químicos e físicos. “Por sua atividade, os microrganismos são indicadores que respondem mais ativamente ao que está acontecendo. Só depois é que as alterações são captadas por indicadores físicos e químicos”, explica a professora.

Outro ponto importante é que o subprojeto vem sendo conduzido de forma integrada a outros estudos microbiológicos, que estão sendo desenvolvidos em outras regiões, dentro da Rede AgroParaná. “Esses resultados podem ajudar na tomada de decisões a respeito dos processos produtivos, ajudando os produtores a definirem manejo e uso do solo. Tudo isso contribui para o desenvolvimento do setor agropecuário do Estado”, diz Adriana.

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Cerca de 250 produtores acompanharam nos dois municípios, palestras técnicas com diversos temas

Com foco em manter os produtores de leite atualizados quanto as informações da atividade da bacia leiteira, ocorreu em Não-Me-Toque, nesta quarta-feira (24), e em Tapejara nesta quinta-feira (25), o Simpósio Leite Real Cotrijal.

Cerca de 250 produtores acompanharam nos dois municípios, palestras técnicas sobre Processamento de silagem; Período de transição e foco pré-parto e Stress térmico e seus impactos na Pecuária Leiteira, com temas pertinentes ao dia a dia das propriedades.

Além da qualidade e rentabilidade na produção leiteira, os participantes tiveram dois dias dedicados para a troca de informações. “O trabalho e as sinergias entre os departamentos técnicos (Devet e Detec), é fundamental para que o produtor possa atingir resultados econômicos e financeiros que façam seu trabalho ter o devido reconhecimento”, destacou o superintendente de Novos Negócios e Produção Animal da Cotrijal, Renne Granato.

Para o gerente de Produção Animal da Cotrijal, Alan Rahman, o Simpósio Leite Real reforçou ainda mais o trabalho da cooperativa junto a cadeia leiteira. “A avaliação é muito boa, já que tínhamos a intenção de que com o simpósio os palestrantes pudessem através das apresentações oportunizar ao produtor ter aplicação prática na propriedade. As três apresentações cumpriram com o propósito, disse.

Participação dos produtores de leite da região

Durante ambos os dias, muitos produtores de leite da região de Não-Me-Toque e Tapejara acompanharam atentos as novidades apresentadas da bacia leiteira. “O simpósio só demonstra que temos uma cooperativa que nos proporciona muito mais do que uma assistência técnica, mas que nos traz novos conhecimentos que podemos praticar na nossa propriedade”, disse o produtor Moacir Pelizzaro, que esteve em Tapejara, mas que possui uma propriedade em Ibiaçá, onde trabalha com 38 vacas em lactação, com uma média de produção que varia de 29 a 36 litros/vaca/dia.

Os palestrantes desta edição do simpósio foram ministradas por João Ricardo Alves Pereira (Processamento de Silagem); Rodrigo Almeida (Período de transição e foco pré-parto) e Marcelo Grossi Machado (Stress Térmico e seus impactos na Pecuária Leiteira).

Sua constituição ocorreu a partir da Lei 5.764/71, que definiu a Política Nacional do Cooperativismo

A Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) comemora neste domingo (28), 51 anos de contribuição para o crescimento das cooperativas catarinenses. Nesta trajetória a entidade trabalhou no registro, na representação institucional e sindical patronal construindo soluções com o poder público, instituições privadas, divulgando a doutrina cooperativista e fomentando a criação de novas cooperativas.

Sua constituição ocorreu a partir da Lei 5.764/71, que definiu a Política Nacional do Cooperativismo. A atuação está alicerçada como o braço estadual da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), com autonomia administrativa e operacional. Atualmente, 255 cooperativas distribuídas nos sete ramos de atuação econômica estão registradas na Organização, reunindo cerca de 3,4 milhões de cooperados e 82.769 empregos diretos, com receitas de R$ 48,7 bilhões em movimentação econômica, conforme o balanço do exercício de 2021.

Para o presidente da OCESC, Luiz Vicente Suzin, o cooperativismo de Santa Catarina se consolidou ao longo dos tempos através do constante aperfeiçoamento da gestão e atualização das práticas de mercado. “A OCESC surgiu para fortalecer e unir as cooperativas em torno de um objetivo em comum. Somos a voz do cooperativismo catarinense e defendemos seus interesses. Ao longo desses 51 anos contribuímos para o fortalecimento do sistema, transformando-o em uma relevante alternativa de inclusão de pessoas no processo produtivo e de geração de renda por meio do modelo societário cooperativo”, analisa Suzin.

Não há mecanismo mais barato e eficaz para se sequestrar carbono da atmosfera do que aquele chamado “fotossínte

A pecuária brasileira de ponta é parte da solução para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, seja pelo vigor do sequestro e armazenagem de carbono das pastagens tropicais bem manejadas, seja por conta de seu consistente aumento de produtividade, em que se produz mais quilos de carne e litros de leite com emprego de menor volume de recursos naturais. Adicione a esses elementos a conservação de reservas legais e APPs e ninguém conseguirá competir com a carne brasileira do ponto de vista de pegada de carbono.

Não há mecanismo mais barato e eficaz para se sequestrar carbono da atmosfera do que aquele chamado “fotossíntese”. É precisamente a atividade econômica pecuária que tem a responsabilidade de garantir que esse mecanismo se manifeste em um parcela do território brasileiro maior que as áreas da França, Espanha, Alemanha, Italia e Holanda, somadas. Sem a presença do investimento do pecuarista no bom manejo de pastagens, parte considerável dessa área iria se degradar, tornando-se, no limite, deserto. Nesse caso, essas áreas perderiam sua frágil camada fértil de solo, deixando consequentemente de propiciar condições para que carbono seja retirado da atmosfera. O próprio processo de desertificação é, aliás e por si só, grande emissor de gás metano. Já as Reservas Legais e APPs dessas propriedades, que do mesmo modo contribuem para a remoção e armazenamento de carbono, são também financiadas pela pecuária. Em outras palavras, combater o consumo e a produção da carne brasileira é trabalhar, não só pela fome, mas também em prol de verdadeira calamidade ambiental.

E por que isso não é reconhecido? O esforço multilateral de regulação climática global não passa de uma disputa distributiva entre países e indústrias. O que está em jogo é a decisão de quem pagará a trilionária conta da redução das emissões líquidas de gases de efeito estufa no mundo. Quem pode mais, chora menos. Mas também, de quem se beneficiará, evidentemente. Dessa forma, existem essencialmente três razões que levam o Brasil a ter uma imagem ruim no debate climático global, em franco arrepio à realidade que se observa na natureza. A primeira é que, sendo o país mais verde do planeta, não interessa a nenhuma nação rica do mundo ter o Brasil como modelo, como benchmark. São interesses econômicos e geopolíticos que se manifestam, acima de tudo mas não somente, através de metodologias de contabilidade climática que pretendem desprezar vantagens competitivas como as que temos. A segunda é o desconhecimento e preconceito da opinião pública, em especial no próprio Brasil, em relação à realidade da atividade agropecuária em geral. Não cabe a ninguém, a não ser ao próprio setor rural continuar trabalhando em boa comunicação para a reversão desse quadro. E a terceira, a falta de uma cultura arrojada de relações externas no Brasil que privilegie prementemente os interesses nacionais à luz de nossas vantagens comparativas e competitivas. Só assim poderemos, no futuro, seguir cumprindo nossa missão de alimentar o mundo e conquistar, assim, protagonismo cada vez maior.

Cabe ao pecuarista, em suma, seguir perseguindo o equilíbrio econômico-financeiro e  permanente aumento de eficiência de sua atividade, sempre em respeito ao Código Florestal. Ao fazê-lo, estará automaticamente incrementado os indicadores ambientais e climáticos de sua propriedade. No entanto, como já é evidente, é primordial conseguir demonstrar as relações de causa e efeito inerentes à sua atividade de forma clara, primeiro à opinião pública brasileira, depois à mundial.

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