Exame Informática | Como as luzes noturnas afetam o crescimento das plantas

2022-07-15 17:41:35 By : Mr. Bill Jiang

Um estudo publicado em abril pela Academia Nacional de Ciências dos EUA ilustra como a vida das plantas na cidade pode ser afetada pela iluminação noturna, causando desequilíbrios nos ciclos de noite e dia e tendo impacto mesmo no crescimento destas. A equipa alerta ainda para a influência que estas diferenças no desenvolvimento das plantas podem ter na economia local, na saúde pública e em outros aspetos da vida.

Num artigo assinado por Yuyu Zhou, que integrou a equipa de investigadores, podemos ler que a luz artificial levou a que os rebentos de folhas surgissem até nove dias mais cedo na primavera e que a mudança de cor passou a ser feita mais tarde, em média por seis dias, em cidades com elevada iluminação noturna. Quanto mais intensa a luz, maiores as diferenças no crescimento das plantas e das folhas, noticia o ArsTechnica.

Economia, clima, saúde e até serviços ecológicos são tudo setores que são afetados direta ou indiretamente por estas alterações nas plantas. Pela positiva, ter plantas a florescer durante mais tempo pode permitir que quintas urbanas possam manter-se ativas durante mais tempo e as plantas podem ainda fornecer sombras e ajudar a arrefecer os bairros citadinos. No reverso da medalha, as plantas podem estar a ver os rebentos surgir numa altura em que o clima ainda não é favorável, levando a que surjam antecipadamente e não consigam resistir às baixas temperaturas. Por outro lado, tem ainda consequências sobre outros organismos, como os polinizadores, de que muitas plantas ainda dependem.

Ainda não há certezas sobre qual é o futuro da iluminação noturna, mas sabe-se que há estudos que indiciam no sentido de se reduzir estas luzes e mudar para outro tipo de iluminação, que usem menos energia e que tenham menos impacto do que os habituais candeeiros e néons.

Os investigadores salientam que perceber as interações entre as plantas e a luz artificial e a temperatura pode ajudar outras equipas a prever o efeito das alterações climáticas nas plantas, com as cidades a surgirem como laboratórios naturais.

Consulte o estudo completo aqui.