Engenheiro agrônomo, Nilo Kern Cortez fala sobre o uso de iluminação artificial na lavoura e como pode aumentar produtividade
A luz é fundamental para a vida na terra. E a luz natural do sol faz acontecer a fotossíntese nas plantas. Mas, as pesquisas já usam a luz artificial para produções de diversas plantas inclusive em cultivos comerciais. Ela se propaga por ondas, como quando se atira uma pedra no rio, e o tamanho depende da cor. São medidas em “Nanômetros (nm)”. As cores do arco-íris vão de 400 a 700 nm e todas as sete cores juntas produzem a luz branca.
Plantas diferentes querem espectro- luz –diferentes. Para crescimento a luz azul 400-500 nm ela desenvolve mais a raiz. A luz vermelha 640-720 provoca o crescimento do caule, floração e produção de clorofila. Luz verde e amarela aumentam a área foliar e etc. A luz do sol contém todos os espectros de cores e comprimento de ondas e varia conforme a hora do dia e a época do ano. Na primavera é mais violeta para estimular o crescimento das plantas. No outono são cores mais quentes e com menor energia para produzirem mais frutos e flores.
A produção com luz artificial se baseia em pesquisas com as cores e seus comprimentos. Atualmente usam lâmpadas de LED que permitem alterar a temperatura da cor conforme a necessidade do ciclo vegetativo e da floração. Há também lâmpadas fluorescentes “luz do dia” que produzem luz brancas mais parecidas do sol.
Aqui no Brasil tem uma empresa – Grupo Fienile- que atua com esta tecnologia para 14 culturas: cana-de açúcar, algodão, trigo, milho, sorgo, feijão, girassol, tabaco, batata, alho, cebola e pimenta. As fotos aqui utilizadas são deste Said.
Em Minas Gerais já há fazendas que se utilizam da luz artificial junto a pivôs de irrigação em trabalhos feitos por esta empresa. Chamado de “irrigação de luz”. Na cultura da soja irrigaram por 40 dias com luz na florada e início de enchimento de grãos em 100 hectares.
O aumento de produtividade chegou a 66% em relação ao padrão médio esperado. A Escola Superior da Agricultura Luiz de Queiroz –Esalq- SP, já pesquisa desde 2014 o uso da luz na produção de plantas comprovando aumentos de 15% a 30% para tomate, pimentão e mini pepinos. São pesquisas que ganham espaço e estão chegando aos produtores de forma mais generalizadas. O Instituto Agronômico de Campinas –IAC tem também trabalhos importantes com cultivos com uso de iluminação artificial que comprovam seu uso e bons resultados.
Há prédios construídos, conhecidos como indústrias verticais ou cultivos indoors em forma de estufas com luz artificial para produções comerciais principalmente para hortaliças e micro verdes. O uso de LED para horticultura aumentou 49% e já atingiu US$1,3 bilhões em 2020. Produção do futuro? Vamos aguardar.
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