O magnésio é um macronutriente secundário muito importante para o crescimento e produtividade das culturas agrícolas, participando ativamente de diversos processos metabólicos e outras funções essenciais para o crescimento e produtividade das lavouras. Principalmente na última década, houve um aumento considerável dos estudos voltados para compreender mais sobre o papel do magnésio nas plantas, em especial, no processo de fotossíntese.
É o que afirmam Jian Li e outros pesquisadores, no artigo Diel magnesium fluctuations in chloroplasts contribute to photosynthesis in rice. Durante a fotossíntese, o magnésio participa ativamente dos processos metabólicos dos cloroplastos, uma organela presente nos organismos fotossintetizadores.
Nos cloroplastos, o magnésio está envolvido com a formação das moléculas responsáveis pelo armazenamento de energia nas plantas, denominadas trifosfato de adenosina (ATP). Além disso, ele também está envolvido com a manutenção da integridade da organização e estrutura dessa organela.
Tornando o seu papel no processo de fotossíntese ainda mais essencial, o magnésio ainda participa da síntese de um dos principais pigmentos fotossintéticos dos vegetais presentes nos cloroplastos: a clorofila.
A clorofila é considerada uma molécula orgânica fundamental no processo físico-químico da fotossíntese e da vida. Ela é formada por complexos derivados da porfirina, que tem como átomo central o magnésio, que aqui está ligado a 4 outros átomos de nitrogênio.
A clorofila é um dos principais pigmentos fotossintéticos responsáveis pela tonalidade verde das plantas, sendo capaz de captar e bioconverter a luz solar. Essa energia luminosa é que será posteriormente transformada em energia química, para ser usada na produção dos carboidratos e outros compostos orgânicos resultantes do processo de fotossíntese.
Como o magnésio é o átomo central da clorofila, diversos estudos têm relacionado os impactos desse nutriente na formação dos pigmentos fotossintéticos.
No artigo Pigmentos fotossintéticos e sua correlação com nitrogênio e magnésio foliar em grama bermuda cultivada em substratos, Patrick Luan Ferreira dos Santos e outros pesquisadores observaram que concentrações maiores de magnésio podem resultar numa coloração verde mais intensa das plantas e em maiores teores de clorofila.
Nesse estudo os pesquisadores constataram que as doses crescentes de magnésio proporcionaram aumento na síntese de clorofilas em plantas de soja. Além disso, também foi observado que essas doses influenciaram positivamente no volume de raízes e no maior incremento na massa de matéria seca total das cultivares avaliadas.
Entretanto, Ronaldo do Nascimento e seus colegas ressaltaram que as cultivares podem responder de maneira diferente à disponibilidade do magnésio no meio, sendo importante considerar esse aspecto no momento da adubação. Mas, o que acontece se a lavoura não tiver uma boa nutrição com magnésio?
Nos estágios iniciais dos sintomas de deficiência de magnésio nas plantas, caracterizado como fome oculta, o principal impacto é observado na redução da produtividade das lavouras mesmo na ausência de sintomas visíveis. Com a progressão dos sintomas, inicia-se o processo de amarelecimento internerval das folhas mais velhas e o comprometimento de outras estruturas vegetais.
Esse padrão sintomático dos sinais de deficiência de magnésio nas folhas está relacionado a remobilização de nutrientes desencadeado pela deficiência nutricional. Isso porque o magnésio pode ser facilmente translocado para as regiões de crescimento das plantas, onde se concentra a formação de clorofila.
Além disso, existe uma priorização da degradação e senescência da clorofila da região internerval, preservando intactas por mais tempo aquelas quantidades dessa molécula presentes nas células dos feixes vasculares. É o que explicam Lincoln Taiz e Eduardo Zeiger, autores do livro Plant Physiology.
O declínio nos teores de clorofila, assim como a diminuição do desempenho fotoquímico das plantas, também são um resultado dos prejuízos causados pela deficiência de magnésio na atuação dos genes envolvidos na fotossíntese, principalmente aqueles ligados à codificação das clorofilas.
Além disso, a deficiência de magnésio pode levar a alterações na organização e estrutura dos cloroplastos, o que prejudica a absorção eficiente de luz e, consequentemente, a fixação do carbono e a formação da clorofila. Efeitos estes que provocam a formação de espécies reativas de oxigênio (EROS), que danificam o aparelho fotossintético das plantas.
É o que explicam os pesquisadores Lara Caroline Alves de Oliveira e André Rodrigues dos Reis, no artigo Papel fisiológico do magnésio na fotossíntese, atividade da rubisco e produtividade da soja. Assim, a melhor compreensão sobre a relação entre magnésio e clorofila, e do papel desse nutriente na fisiologia vegetal, pode ajudar o agricultor a pensar mais e de maneira melhor na adubação com magnésio na lavoura.
Tendo em vista os diferentes impactos que a deficiência de magnésio pode causar para as plantas, é essencial que o agricultor sempre priorize o bom manejo desse nutriente no campo.
Para isso, recomenda-se que o agricultor busque:
Dessa forma, a adoção dessas diferentes recomendações permite potencializar a relação que existe entre magnésio e clorofila e, assim, favorecer a produtividade das lavouras!
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