“Só porque eu dei à luz um bebê natimorto, não significa que não era um parto”, defende mãe - Revista Crescer | Gravidez

2022-09-23 17:48:16 By : Mr. Frank Yang

Contrações, vontade de empurrar, um bebê e uma placenta saindo pelo canal vaginal. Estas são algumas das coisas que acontecem ao longo de um parto. O fato de o bebê nascer sem vida é trágico e dramático para a mãe, mas não invalida sua experiência de dar à luz. É o que uma mãe que passou por essa situação se viu obrigada a defender publicamente, no Tik Tok, depois de receber comentários de pessoas dizendo o contrário.

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A mãe explicou como foi sua experiência de parir um bebê natimorto (Foto: Reprodução/ TikTok)

Kurin Adele, mãe de dois, contou como foi o parto, que aconteceu em casa, por volta da 20ª semana de gestação. “Tinha um pequeno sangramento e fui fazer um ultrassom. O bebê estava saudável, mas o sangramento aumentou. Fiz outro ultrassom uma semana depois e descobri que meu bebê havia morrido. O técnico me disse para me preparar para abortar”, conta ela.

Dois dias depois, ela começou a sentir contrações. “De manhã minhas contrações aumentaram e eram muito regulares. Eu estava contraindo o dia todo, sangrando e passando coágulos”, relatou Kurin. À tarde, ela sentiu vontade de fazer força para empurrar. “Eu sentei sobre o vaso sanitário e coloquei minhas mãos embaixo de mim, fiz força, e meu bebê saiu”, explica a mãe, que deu à luz uma menina. “Eu a segurei um pouco, passei um tempo com ela e depois a coloquei em um lugar seguro, para que pudéssemos levá-la à funerária para ser cremada”, relata.

Kurin conta ainda que as contrações pioraram depois que o bebê saiu. Ela tentou usar técnicas de respiração e movimento para tentar aliviar. Além disso, usou o chuveiro e tomou um analgésico para ajudar com a dor. “Decidi caminhar e senti a placenta cair na minha calcinha”, lembra. Para se certificar de que o órgão tinha saído por inteiro, ela mandou uma foto para sua parteira. As contrações pararam, mas ela continuou tendo sangramento por duas semanas - o que também acontece após o parto de um bebê que nasce vivo.

A mãe lembrou ainda que cada mulher que passa por um parto de natimorto tem uma experiência única. Então, chamou a atenção para o fato de que os hormônios da gestação continuam afetando as mães que pariram um bebê sem vida - o que pode tornar a jornada ainda mais difícil. “Muitas mulheres vão sentir o leite chegando, passarão por depressão pós-parto, perda de cabelo pós-parto e mudanças hormonais”, disse ela. “Só porque você dá à luz um bebê morto, isso não significa que não é nascimento”, afirmou. “Aborto e ter um bebê natimorto são apenas termos para dar à luz seu bebê morto. Aborto é nascimento. Natimorto é nascimento”, argumenta.

Nos comentários, várias pessoas apoiaram a mãe. Algumas mulheres disseram que passaram pela mesma experiência. “Uhhh, passei por 31 horas de trabalho de parto para dar à luz meu bebê natimorto. Eu desafio alguém a dizer que não foi parto na minha cara”, disse uma pessoa. “Eu abortei com 6/7 semanas. Ninguém me disse que eu realmente teria que ver a placenta e o saco gestacional. Foi muito doloroso”, comentou outra. “Eu tive um aos 18 anos e realmente não sabia o que estava acontecendo. Eu não sabia que estava grávida. Foi a coisa mais traumática pela qual já passei”, disse uma terceira.

Algumas pessoas, no entanto, continuaram defendendo que aborto não é o mesmo que parto. “Aborto espontâneo não parto quando acontece no começo. Você só sangra e acabou. Mas parto de natimorto é parto de um bebê morto?”, disse alguém. “Fala sério, você assistiu ao meu vídeo?”, respondeu Kurin. Uma outra pessoa a ajudou, respondendo: “Não é COMO parto. É um parto”.

Assista ao vídeo abaixo (se não conseguir visualizar, clique aqui):

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